sexta-feira, 29 de julho de 2011

Estresse da mãe afeta bebê no útero





A equipe da Universidade de Kontanz, na Alemanha, observou que houve 
alterações biológicas em um receptor de hormônios associados ao estresse
 em fetos cujas mães estavam sob tensão intensa - por exemplo, por 
conviverem com um parceiro violento. 

As conclusões, baseadas em um estudo limitado feito com apenas 25
 mulheres e seus filhos - hoje com idades entre 10 e 19 anos -, foram 
publicadas na revista científica Translational Psychiatry. 

Os pesquisadores fazem algumas ressalvas: eles explicam que as 
circunstâncias das mulheres que participaram desse estudo eram 
excepcionais, e que a maioria das mulheres grávidas não seria 
exposta a graus tão altos de estresse durante um período tão longo. 

A equipe enfatiza também que os resultados não são conclusivos, e
 que muitos outros fatores, entre eles o ambiente social em que a
 criança cresceu, podem ter desempenhado um papel nos resultados. 



Mas os especialistas alemães suspeitam que o ambiente primordial, 
ou seja, o do útero, tenha papel crucial. 

Investigação 

O estudo envolveu análises dos genes das mães e dos filhos 
adolescentes para a identificação de padrões pouco comuns. 

Alguns dos adolescentes apresentaram alterações em um gene em 
particular - o receptor de glucocorticoide (GR) - responsável por regular 
a resposta hormonal do organismo ao estresse. 

Esse tipo de alteração genética tende a acontecer quando o bebê está 
se desenvolvendo, ainda no útero. 

A equipe disse acreditar que ela seja provocada pelo estado emocional ruim
 da mãe durante a gravidez.


Reprodução



Sensibilidade 

Durante a gravidez, as mães participantes viveram sob ameaça 
constante de violência por parte de seus maridos ou parceiros. 

Entre dez ou vinte anos mais tarde, quando os bebês, já adolescentes,
 foram avaliados, os especialistas constataram que eles apresentavam 
alterações genéticas no receptor GR não observadas em outros 
adolescentes. 

A alteração identificada parece tornar o indivíduo mais sensível ao estresse,
 fazendo com que ele reaja à emoção mais rapidamente, dos pontos de
 vista mental e hormonal.

Essas pessoas tendem a ser mais impulsivas e podem ter problemas
 para lidar com suas emoções, explicam os pesquisadores - que fizeram 
entrevistas detalhadas com os adolescentes. 

Um dos líderes da equipe da Universidade de Kontanz, Thomas Elbert, 
disse: "Nos parece que bebês que recebem de suas mães sinais de
 que estão nascendo em um mundo perigoso respondem mais rápido 
(ao estresse). Eles têm um limite mais baixo de tolerância ao estresse 
e parecem ser mais sensíveis a ele". 

A equipe planeja agora fazer estudos mais detalhados, acompanhando 
números maiores de mulheres e crianças para verificar se suas suspeitas
 serão confirmadas. 

Comentando o estudo, o médico Carmine Pariante, especialista em 
psicologia do estresse do Instituto de Psiquiatria do King's College 
London, disse que o ambiente social da mãe é de extrema importância 
para o desenvolvimento do bebê. 

Segundo ele, durante a gravidez, o bebê é sensível a esse ambiente de
 uma forma única, "muito mais, por exemplo, do que após o nascimento.
 Como temos dito, lidar com o estresse da mãe e com a depressão 
durante a gravidez é uma estratégia importante, clínica e socialmente".

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