sexta-feira, 6 de maio de 2011

Profissão Mãe

 

Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era sua profissão.
Ela hesitou, sem saber como se classificar.

"O que eu pergunto é se tem algum trabalho", insistiu o funcionário.
"Claro que tenho um trabalho" exclamou Ana. "Sou mãe!"

"Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa", disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me deparei em situação idêntica. A pessoa que atendeu  a mulher era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

"Qual é a sua ocupação?" perguntou.
Não sei o que a fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-lhe da boca para fora: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-lhe como quem diz que não ouviu bem.
Ela repetiu pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como a funcionária ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

"Posso perguntar" disse a funcionária a ela com novo interesse "o que faz exatamente?"

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, eu a ouvi responder: "Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa).
Sou responsável por uma equipe (a família), e já recebi quatro projetos (os filhos).
Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?)
O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24)"

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-lhe a porta.

Quando ela chegou em casa, com o título da carreira erguido, foi recebida por sua equipe: uma com 13 anos, outra com 7 anos. e a menor de 5 ano.

Do andar de cima, pode ouvir seu novo experimento - um bebê de seis meses - testando uma nova tonalidade de voz.
Sentiu-se  triunfante!
Maternidade... que carreira gloriosa!


Assim, as avós deviam ser chamadas Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas, as bisavós Doutora-Executiva-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas e as tias Doutora-Assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, Doutoras na Arte de Fazer a Vida Melhor!


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Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Augusto Cury E-MAIL: lu.name.lc@hotmail.com

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